Leia na íntegra entrevista com Marcelo Freixo, que rebate acusações da deputada Cidinha Campos e afirma que o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes, tem medo do debate critico ao projetos das UPPS.


Marcelo Freixo havia acabado de discursar na última sexta-feira, pelo comício semanal do PSOL, próximo à Avenida Rio Branco, no coração do centro da cidade do Rio de Janeiro e rebate acusações da deputada estadual Cidinha Campos e afirma que o prefeito Eduardo Paes tem medo do debate critico ao projetos das UPPS, e disse não temer a máquina do Estado nas eleições deste ano.



Confira abaixo a íntegra da entrevista com Marcelo Freixo:

A deputada estadual pelo PDT, Cidinha Campos acusa o senhor de desperdiçar dinheiro publico ao utilizar um número que seria, segundo palavras da própria deputada, desnecessário de seguranças. Mesmo com as inúmeras ameaças de morte recebidas pelo deputado, ela afirma que utiliza seu "efetivo particular" mais como instrumentalização político-publicitária que por defesa pessoal. O que tem a dizer a partir da denúncia?


Sobre o número de seguranças que tenho, convido você, assim que terminar esta entrevista, a conhecê-los e poderá constatar que é um contingente razoável perto das denúncias que recebo de ameaças de mortes desde a CPI das Milícias.
E a Cidinha?

Não vou responder a uma deputada de tamanha desqualificação porque não tem valor moral para isso. É uma pessoa que quando o governador estadual atual (Sérgio Cabral) era presidente da Assembleia Legislativa, dizia claramente que ele se tratava de um ladrão, que não tinha como explicar a casa suntuosa que tem em Mangaratiba e hoje ela freqüenta esta mesma casa em reuniões.

O PMDB doou dinheiro para a deputada, fez isso nem para o próprio deputado do PMDB, mas estranhamente, doou para ela. A deputada está a serviço de um projeto podre. É lamentável que uma pessoa ganhe idade e perca dignidade.
Desviando agora o assunto para eleições, uma vez que o senhor é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSOL, você afirmou em entrevista recente ao jornalista Juca Kfouri, na "ESPN Brasil", que o atual Prefeito, Eduardo Paes, estava morrendo de medo de enfrentá-lo em um debate, por quê?

Não é necessariamente comigo, mas qualquer debate. Eles têm medo de debater. A prefeitura virou um balcão de negócios e a verdade é que para eles um segundo turno é muito ruim, mas seria bom para a cidade.
A próxima eleição vai definir o Rio de Janeiro nos próximos 30 anos, porque não se muda um panorama em quatro, oito anos. Nós queremos um debate aprofundado.

Vamos provocar um segundo turno, contrastar os projetos, ver o que cada um pensa, não só eu, o Eduardo Paes, mas todos os candidatos, sobre saúde, educação, transportes, para que a cidade e a democracia ganhem com isso. O debate é mais importante do que propriamente quem vai ganhar a eleição.

Você vem afirmando recentemente que a UPP é um "projeto de cidade" do Rio de Janeiro. No que consiste exatamente esse projeto?

A UPP claramente não é um projeto de segurança pública. É um projeto de cidade que tem seus méritos, acertos. É mais valoroso ter a polícia no local do problema que a presença do tráfico, isso é indiscutível. No entanto, o mapa das UPPS revela um projeto que abrange o corredor hoteleiro, o entorno do Maracanã, a zona portuária e a Cidade de Deus. A escolha das áreas para receber as UPPS está relacionada aos grandes investimentos, por isso, um projeto de cidade, não de segurança pública.

Não se investe em outra coisa a não ser a presença da polícia. Está aí um grande erro. Não tem orçamento para outras áreas. É na hora de você fazer o orçamento que diz para quem governa. Quem diz que governa para todo mundo mente para alguém. No projeto atual não está prevista uma UPP social. Isso pode levar o projeto da UPP como um todo a um desastre no futuro.

Mas o Secretário de Segurança do Estado, Jose Mariano Beltrame, afirmou que haverá UPP em Niterói, configurando um caso fora desse projeto de cidade...
Pode até chegar realmente á Niterói, mediante a crise que a cidade vive no momento, mas não faz parte do projeto original.

O deputado não teme que a máquina do Estado seja utilizada contra você nas próximas eleições. Na última disputa da prefeitura há quem denuncie que a votação do segundo turno foi agendada para um feriado de modo a esvaziar a cidade e em consequência, grande parte do eleitorado do Fernando Gabeira, candidato na ocasião. Você não se preocupa que algo similar ocorra novamente?
Nós vamos enfrentar tudo. São 19 partidos, fora a CBF. Temos que superar um grande esquema do lado de lá, mas como diz o Marcelo Yuka, todo gigante tem canela fina. Nós vamos para a disputa. Nossa pré-candidatura, que será candidatura em breve, precisa de um debate. Tem que ter segundo turno. Se a gente chegar num segundo turno é 0 a 0 e aí vamos ver o que acontece. Sabemos que saímos em desigualdade, mas vamos enfrentá-la.

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