Paul McCarney enlouquece Pernanbuco.


Paul McCartney em RecifeMarcos Hermes/DivulgaçãoPaul McCartney em Recife
“Oi, Recife! Boa noite, pernambucanos!”, disse Paul McCartney, em português, quase levando abaixo o Arrudão, na capital pernambucana. Para cerca de 50 mil pessoas (a lotação seria de 60 mil, mas foi vetada pelos bombeiros), o beatle faz até agora um show irrepreensível no Recife, aberto com uma video-colagem interminável no telão mostrando as diversas épocas e pessoas e fases dos Beatles e de Paul. Ao final da colagem, o contrabaixo surge no telão, e Paul entra em cena.

A primeira música foi Magical Mystery Tour, seguida de Juniors Farm, mas a que de cara levantou o público foi a terceira, All My Loving. O português é bem ensaiado, mas ele repetiu algumas frases de sua turnê do ano passado no Brasil. “Essa noite vou tentar falar um pouco de português. Mas vou falar mais inglês”.
Antes de tocar Paperback Writer, disse: “Povo arretado”. Foi a senha para que o estádio quase viesse abaixo. Paul sabe o presente que dá a cada público. “Essa é a primeira vez que vou tocar essa música no Brasil”, anunciou, antes de cantar The Night Before (do disco Help!, de 1965, composta por Paul e creditada a Lennon e McCartney).

A voz de Paul rateou a partir de Band on the Run. Estava nitidamente perdendo a voz e se poupando (e até desafinando), mas conseguiu terminar o set de 34 músicas que tinha previsto inicialmente com seu timing de showman e a simpatia bem calculada. Mesmo se só lhe tivesse sobrado um fiapo de voz, o seu solo de guitarra em I Gotta Feeling e a condução de A Day in the Life (uma das canções mais bonitas do pop em todos os tempos) teriam sido maravilhosos.

Num dado momento, no primeiro bis, ele entrou com uma bandeira de Pernambuco e um dos músicos trazia uma da Inglaterra. Depois, fez subir ao palco algumas fãs que sua produção escolheu entre o público, e perguntava de onde eram as garotas. "De Curitiba, Paraná", disse uma. "São Paulo", disse outra.

O show deste sábado teve problemas de organização. A cerveja acabou antes mesmo de o concerto começar. As filas de milhares de pessoas que se formaram antes do início do show, fora do estádio, eram um martírio para os fãs, que enfrentaram privações de toda ordem. Mas ainda assim fizeram bonito - foi arrepiante ver a multidão cantando o refrão de Hey Jude para chamar Paul de volta ao palco, após sua primeira despedida. Paul fará um segundo show na noite deste domingo no Recife.

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