Fonte: Jornal Eletrônico Bahia 247
Em corrida contra o tempo na busca de 550 mil assinaturas para oficializar a Rede Sustentável e disputar a presidência da República pela segunda vez em 2014, a ex-ministra Marina Silva veio a Salvador debater e explicar aos seus simpatizantes o processo de criação da nova legenda.
Logo no início de sua palestra, na sede do projeto Axé, a ex-verde abordou a possibilidade de o Congresso aprovar projeto de lei em tramitação que dificulta a criação de novos partidos, o que ela classifica como "um golpe à democracia".
"Essa lei é altamente oportunista. São dois pesos e duas medidas, dentro de uma mesma legislatura. Temos que combater o casuísmo e defender a isonomia entre os movimentos".
Ao contrário das sucessivas notícias de que está enfrentando muita dificuldade para registrar a Rede, Mariva disse que já tem 300 mil das 500 mil assinaturas necessárias em menos de três meses de coleta.
"No dia 16 de fevereiro, quando decidimos criar a Rede Sustentabilidade não esperávamos essa adesão rápida. A média que os outros partidos criados recentemente demoraram para obter as 300 mil assinaturas foi de oito meses e nós conseguimos em menos de três".
Segundo a ex-ministra, a cota mínima já foi alcançada na Bahia e, otimista, ela acredita que registrará seu partido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com 700 mil assinaturas de apoio popular.
"A cota mínima da Bahia já foi alcançada, nosso esforço agora é pela cota nacional, de 550 mil assinaturas. Mas, como a gente tem uma perda de 25% a 30%, nós queremos recolher 700 mil assinaturas".
Apesar do entusiasmo, porém, Marina afastou a tese de que é candidata em 2014 e voltou a criticar a "antecipação" da campanha de 2014. "Essa antecipação das eleições é muito ruim para a democracia. Esse intervalo eleitoral é para que a gente possa aprofundar as ideias, fazer o alinhamento com bases programáticas e essa antecipação parece ser proposital, porque as pessoas querem ficar no ruído eleitoral para não ter que ficar discutindo os problemas".
Contudo, ainda que de forma sutil, o discurso foi de candidata e Marina criticou o governo da presidente Dilma Rousseff em áreas cruciais. "A gente está vivendo uma situação difícil em relação a volta da inflação, temos sérios problemas com questões relacionadas a educação, temos um desafio enorme em apostar um novo modelo de desenvolvimento".
Ela aproveitou ainda para dar opinião sobre a escolha da presidente pelo vice-governador de São Paulo, o tucano Guilherme Afif, para comandar a Secretaria da Micro e Pequena Empresa (que tem status de ministério) e lembrou discurso do novo ministro contra o então candidato Lula na disputa presidencial de 1989. A ex-ministra foi irônica.
"Quando o ministro Afif Domingos disputou a Presidência da República contra o Lula, ele colocou o 'muro de Berlim' no seu programa eleitoral para tentar assustar a população contra o ex-presidente. Agora, parece que eles removeram o muro que havia entre eles. Se é que havia"
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