COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE (CNV) RECEBE RELATÓRIO SOBRE PADRE MORTO NA DITADURA
Comissão
Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara, de Pernambuco, entregou à
Comissão Nacional da Verdade relatório sobre o caso do padre Henrique,
encontrado morto no final da década de 60; "Foi um crime eminentemente
político, mesmo ele [padre Henrique] não tendo participação política
partidária", disse o secretário-geral da comissão pernambucana, Henrique
Mariano; o padre era assessor do arcebispo, dom Helder Câmara, que criticava a
ditadura militar e acolheu perseguidos políticos
A Comissão
Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara, de Pernambuco, entregou hoje
(5) à Comissão Nacional da Verdade (CNV) relatório sobre o caso do padre
Henrique, morto no final da década de 60, durante a ditadura militar. O
documento demorou quatro anos para ficar pronto.
Para a
comissão estadual, a morte do padre teve caráter político, contrariando versões
oficiais de que foi um assassinato comum. De acordo com a comissão, houve
interferência na investigação do caso. "Foi um crime eminentemente
político, mesmo ele [padre Henrique] não tendo participação política
partidária", disse o secretário-geral da comissão pernambucana, Henrique
Mariano.
O padre era
assessor do arcebispo, dom Helder Câmara, que criticava a ditadura militar e
acolheu perseguidos políticos. O corpo do padre foi encontrado em um matagal,
na Cidade Universitária, com marcas de espancamento, queimaduras, cortes
profundos e ferimentos de arma de fogo. "Sem dúvida alguma, o assassinato
do padre visou a atingir, enfraquecer e amedrontar a atuação de dom Helder, o
que não aconteceu. Estamos resgatando a verdade do caso e colocando sua missão
em um lugar digno na história do Brasil", acrescentou o secretário.
A comissão
estadual também apresentou à CNV mais 51 casos de pernambucanos torturados
durante o regime militar. Os casos serão incluídos no relatório final da CNV,
que deve ser divulgado em 10 de dezembro.
Fonte:
Jornal 247
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