GRANDE PORCENTAGEM DOS TELESPECTADORES AFIRMAM: "AGREDIDA PELO JORNAL NACIONAL, DILMA SE DEFENDE"
Foi
inacreditável a ação eleitoral do Jornal Nacional contra a presidente Dilma
Rousseff; William Bonner fez perguntas quilométricas; Patrícia Poeta chegou a
fazer cara de nojo e a colocar o dedo em riste diante de Dilma em razão do
"nada" que teria sido feito na área da saúde em 12 anos, ditos com
ênfase pela apresentadora; Dilma mal teve a oportunidade de responder perguntas
que eram acusações, como sua suposta incapacidade de se cercar de pessoas
honestas e os números da economia; quando teve oportunidade falar, Dilma disse
que seu governo "estruturou o combate à corrupção" e que "nenhum
procurador foi chamado de engavetador-geral da República"; ela lembrou ainda
o baixo desemprego e a inflação que se aproxima de zero nos últimos meses; não
foi entrevista, foi agressão, fora de qualquer padrão civilizado de jornalismo;
presidente conseguiu falar sobre o progama Mais Médicos e informar que a
inflação está baixando, com zero de elevação em julho
Com posturas
até então desconhecidas do grande público, os apresentadores William Bonner e
Patrícia Poeta deixaram a elegância de lado e partiram para o ataque sobre a
presidente Dilma Rousseff, na entrevista ao Jornal Nacional concedida no Palácio
da Alvorada, em Brasília, nesta segunda-feira 18. Ambos estavam vestidos de
preto, indicando luto pela morte do ex-governador Eduardo Campos, cujo último
compromisso eleitoral foi a entrevista da quarta-feira 13. Eles não dirigiram
nenhuma pergunta sobre o fato à presidente.
Bonner
parecia o mais irritado, mas Patrícia não quis ficar atrás. Ela chegou a
apontar, em riste, o dedo para a face próxima da presidente, insistindo que o
governo dela e do ex-presidente Lula não fizeram "nada" na área da
saúde. A presidente conseguiu dizer, entre interrupções da entrevistadora, que
hoje, ao contrário do passado, o atendimento de saúde pública atinge 50 milhões
de brasileiros.
No início da
entrevista, Bonner perguntou, por mais de um minuto, sobre "corrupção e malfeitos",
citando uma série de ministérios e também a Petrobras.
- Qual a
dificuldade de formar uma equipe de governo com gente honesta?, questionou ele,
mais ao estilo botequim de esquina do que o que emprega normalmente, todos os
dias, à exceção dos domingos, na bancada do JN. O jogo de apertar a presidente
ficou claro desde o primeiro momento.
A própria
Dilma percebeu e não se intimidou com a postura da dupla. Procurou responder a
todas as perguntas e manter a calma, mas não dando as respostas que Bonner e
Patrícia esperavam. Dilma tinha argumentos na ponta da lingua.
- Fomos o
governo que mais estruturou o combate à corrupção e aos malfeitos,
respondeu ela.
- Nenhum
procurador geral da República foi chamado no meu governo de engavetador geral
da República", acrescentou, numa referência nada sutil a Geraldo
Brindeiro, dos tempos do governo Fernando Henrique.
BONNER
NUNCA FIZERA PERGUNTAS TÃO LONGAS E EM TOM TÃO DURO
O âncora do
Jornal Nacional insistiu no tema da corrupção, usando cada vez mais ênfase sobre
a presidente:
- Um grupo
de elite do seu partido foi condenado por corrupção, são corruptos, posso dizer
por que a Justiça já julgou, mas o seu partido protegeu essas pessoas. O que a
sra. acha dessa postura do seu partido?
Dilma não
respondeu diretamente, optando por lembrar sua posição institucional:
- Enquanto
eu for presidente da República, não externarei opinião pessoal sobre decisões
do Supremo Tribunal Federal. Eu tenho a minha opinião, mas não vou externá-la.
- Mas o que
a sra. diz sobre a postuta do seu partido? A sra. não diz nada?
- Olha,
Bonner, eu não vou entrar nisso de me manifestar contra a decisão de um poder
constitucional. Isso é muito delicado, merece o meu maior respeito.
PATRÍCIA
APONTOU O DEDO EM RISTE PARA A PRESIDENTE
Patrícia,
que até então estava calada, perguntou sobre saúde, afirmando que "nada
fora feito" nos governo Dilma e Lula, e que "as filas se multiplicam
nos hospitais e postos de saúde". Dilma, outra vez, procurou responder sem
aceitar a indagação como provocação.
Patrícia não
gostou do que ouviu, e lá veio Bonner atacar de novo:
- A sra.
considera justo culpar ora a crise econômica internacional, ora os pessimistas
pelo baixíssimo crescimento da economia brasileira, pela inflação alta?
- A inflação
cai desde abril, Bonner, agora mesmo saiu um dado oficial mostrando que houve
zero por cento de aumento de preços em julho. Por outro lado, todos os dados
antecedentes ao segundo semestre, aqueles que anunciam o que vai acontecer na
economia, mostram que haverá crescimento em relação ao primeiro semestre.
Bonner não
pareceu satisfeito com a resposta, mas em razão do tamanho das perguntas que
havia feito antes, percebeu que o tempo de 15 minutos estava estourando. Foram,
de fato, questionamentos quilométricos os que ele fez.
- Eu vou
garantir um minuto para a sra. encerrar, disse ele, visivelmente insatisfeito.
- Obrigado,
Bonner, eu quero dizer que acredito no Brasil, reiterou Dilma, que ainda foi
mais duas vezes interrompida para que fosse cumprido o tempo estabelecido.
- Eu
compreendo, vou suspender a minha fala, encerrou Dilma, com classe, diante dos
entrevistadores que se mostraram em pleno ataque de nervos.
Fonte: Jornal 247
Fonte: Jornal 247
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