ARRUDA RENUNCIA: "NÃO DESISTI, FUI DESISTIDO"
Favorito na disputa pelo Governo do Distrito Federal, o ex-governador José Roberto Arruda, do PR, anunciou neste sábado, 13, em entrevista coletiva, a desistência de sua candidatura; com o registro barrado pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa, Arruda questionou a aplicação da lei; "A pergunta que se faz é se as leis são iguais para todos ou se mudam de acordo com a cara do freguês"; condenado por improbidade e conhecido por participar do chamado Mensalão do DEM, Arruda será substituído pelo vice na chapa, Jofran Frejat (PR); mulher do ex-governador, Flávia Peres (PR), foi escolhida a nova vice
Em
entrevista coletiva neste sábado, 13, o ex-governador José Roberto Arruda (PR)
oficializou a renúncia de sua candidatura a governador do Distrito Federal. Ele
será substituído pelo vice na chapa, Jofran Frejat (PR). A mulher do
ex-governador, Flávia Peres (PR), foi escolhida a nova vice.
Arruda teve
o registro de candidatura barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com
base na Lei da Ficha Limpa, por ter sido condenado por improbidade
administrativa. O ex-candidato liderava com 37% das intenções de voto, segundo
a última pesquisa Datafolha, da quarta-feira, 10.
José Roberto
Arruda afirmou que a decisão renunciar foi debatida com a Coligação União e
Força (PR-PTB- DEM-PMN-PRTB). "Eu não desisti, fui desistido. Discutimos e
julgamos que tinha chegado o momento de fazer a substituição, de modo que as
nossas propostas e o nosso plano de governo sejam mantidos", disse.
Sobre o
substituto, o ex-governador frisou que Jofran Frejat é um nome de consenso.
"Ele é um homem muito experiente, maduro, muito bem preparado e era a
escolha natural." Arruda disse ainda que, em pesquisas feitas com o
eleitorado, o nome da mulher dele, Flávia, se destacou. "Para a minha
alegria, o nome da Flávia apareceu como o que mais tinha capacidade de me
representar, mas, em uma decisão que eu considero de amadurecimento, ela achou
que não era o momento", declarou.
O político
do PR questionou a aplicação da Lei da Ficha Limpa. Para ele, no seu caso ela
foi usada para "fins mesquinhos". "A pergunta que se faz é se as
leis são iguais para todos ou se mudam de acordo com a cara do freguês",
disse.
Decisões
da Justiça
José Roberto
Arruda foi condenado pelo Tribunal de Justiça do DF por improbidade
administrativa no dia 9 de julho, em segunda instância, pelo suposto
envolvimento no esquema de corrupção conhecido por mensalão do DEM.
Na quinta, o
TSE rejeitou recursos protocolados pela defesa de Arruda e manteve a decisão de
considerar o político do PR inelegível. Na sexta, a defesa protocolou petição
em que pedia “urgência” ao Supremo Tribunal Federal (STF) para decidir se
suspendia ou não decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o considerou
inelegível.
A
Procuradoria-Geral Eleitoral enviou ao TSE pedido para que fossem suspensos
todos os atos de campanha de Arruda. O partido tinha até este domingo (14) para
decidir se substituía a candidatura dele, e o STF não havia se manifestado a
respeito.
A defesa do
ex-governador alega que o pedido de registro da candidatura foi feito antes da
condenação, quando Arruda ainda era ficha limpa – e, por isso, o registro não
pode ser indeferido.
Segundo o
entendimento do TSE e do TRE, no entanto, a condenação posterior ao pedido de
registro também pode ser vista como condição de inelegibilidade. A reclamação
constitucional apresentada na quinta-feira afirma que estas decisões contrariam
sentenças anteriores do próprio TSE. (Matéria atualizada às 17h12)
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