EMBATE ENTRE LUCIANA E AÉCIO VIRA PIADA NA WEB
Após acusar
o PSDB de ser “igual” ao PT em termos de corrupção, citando o mensalão tucano e
o cartel dos trens no governo paulista, presidenciável do PSOL, Luciana Genro
foi chamada pelo tucano Aécio Neves de “linha auxiliar do PT”; na réplica
soltou a frase: “Com todo o respeito, linha auxiliar do PT uma ova!”, que virou
memes pela internet; embate ocorreu no debate dos promovido pela CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)
Um
duelo indireto entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) sobre denúncias
de corrupção esquentou um até então insosso debate entre presidenciáveis
promovidos pela CNBB na terça-feira, que teve um direito de resposta para cada
um deles, algo inédito nos debates realizados até aqui nesta campanha.
A candidata
do PSB, Marina Silva, ficou mais distante da disputa entre os dois rivais, mas
aproveitou suas considerações finais para voltar a criticar a polarização
PT-PSDB.
Aécio
aproveitou uma pergunta do pastor Everaldo (PSC) para atacar a presidente sobre
as recentes denúncias de corrupção na Petrobras, o que gerou um pedido de
direito de resposta da petista, atendido pela produção do debate.
Já o tucano,
ao fazer uma pergunta sobre educação para Luciana Genro (PSOL), acabou ouvindo
da adversária afirmações duras lembrando denúncias de irregularidades de
governos do PSDB. Ele também teve um pedido de direito de resposta aceito.
"Os
brasileiros estão envergonhados, indignados com o que vem acontecendo com a
nossa mais importante empresa pública, submetida a sanha de um grupo político
que para se manter no poder permitiu que um vale-tudo fosse feito na nossa
maior empresa", disse Aécio ao responder Everaldo que, usando um termo
cunhado pelo tucano, se referiu às denúncias como "mensalão 2".
Não é
possível que o Brasil continue a ser administrado com tanto descompromisso com
a ética, com a decência, com os valores cristãos", disparou Aécio,
aproveitando o contexto do debate ser realizado pela Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil.
Na
sequência, o tucano questionou a candidata do PSOL sobre educação, mas ela
preferiu centrar artilharia nos escândalos de corrupção tucanos, como o
mensalão mineiro --que segundo ela é a origem do mensalão petista--, denúncias
de corrupção nas privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso e de compra
de votos para aprovar a emenda da reeleição no mesmo governo.
"O
senhor falando do PT é o sujo falando do mal lavado", disparou Luciana.
Irônico, Aécio fez questão de lembrar as origens petistas da candidata do PSOL
e a acusou de atuar como "linha auxiliar do PT", o que só aumentou a
artilharia da adversária.
"Com
todo o respeito, linha auxiliar do PT, uma ova, candidato Aécio! Porque o PT
aprendeu com o senhor, aprendeu com o seu partido", emendou ela, que
chegou a chamar o tucano de "fanático da corrupção", o que gerou o
pedido de direito de resposta do candidato do PSDB.
No direito de resposta, Aécio evitou rebater diretamente as acusações da
adversária do PSOL, que classificou como “irrelevante”, irresponsável” e
leviana”.
Já Dilma
usou o seu direito de resposta para lembrar que as denúncias na Petrobras foram
"investigadas e descobertas" por um órgão do governo, a Polícia
Federal.
"Nós
fortalecemos a Polícia Federal, criamos o Portal da Transparência, nomeamos o
Ministério Público de acordo com a lista tríplice a nós apresentada, nunca
escolhemos engavetador-geral da República. E se hoje se descobre atos de
corrupção e ilícitos é porque nós não varremos para debaixo do tapete",
disse a presidente.
Alheia à
disputa entre os dois principais adversários em um debate que, por conta das
regras, não teve sequer um duelo direto entre os três principais candidatos,
Marina usou suas considerações finais para atacar a polarização vigente nas
últimas cinco eleições presidenciais.
"Eu
tenho dito que quem vai ganhar as eleições não são as estruturas dos partidos
da polarização PT-PSDB que acabaram de aqui se digladiar. Quem vai ganhar as
eleições é uma nova postura, principalmente do cidadão brasileiro... que
identifica no nosso projeto a verdadeira mudança."
Dilma, que
fez suas considerações finais logo depois da rival, não perdeu a oportunidade
de contestar a rival.
"Quem
vai ganhar essas eleições, é quem mudou o Brasil", declarou.
Já Aécio
usou sua fala final para repetir a avaliação de que o governo Dilma
"fracassou" e de que Marina "não consegue superar suas enormes
contradições". O tucano comemorou ainda a pesquisa Ibope, que apontou
crescimento de suas intenções de voto e que, na visão dele, já mostra "um
crescimento muito claro da nossa candidatura".
Ibope
divulgado na noite de terça-feira mostrou que Aécio foi o único dos postulantes
ao Palácio do Planalto a crescer. O tucano saltou 4 pontos para 19 por cento.
Já Dilma recuou 3 pontos para 36 por cento, enquanto Marina oscilou 1 ponto
para baixo, a 30 por cento.
(Reportagem
de Eduardo Simões)
Fonte: Jornal 247
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