SEGUNDO O JORNAL 247: PSDB CUTUCOU A FERA COM VARA CURTA E DESCOBRIRAM QUE ELA ESTÁ VIVA



Segundo o Jornal 247 o PSDB cutucou a fera e descobre que ela está tão viva quanto sempre; ao questionar resultado das eleições, como fez o deputado Carlos Sampaio, dizer que presidente reeleita Dilma Rousseff não tem condições de governar, a exemplo do que escreveu o vice-presidente do partido, Alberto Goldman, no lembrança do golpismo de Carlos Lacerda, emitido por secretário José Aníbal, e no sonoro "não ao diálogo" expressado pelo ex-candidato a vice Aloysio Nunes tucanos estimulam radicalização; na esteira do microclima golpista, Reinaldo Tabosa Azevedo esbraveja pelo impeachment em horário nobre e estrelas cadentes como Lobão quebram promessa de sair do País para ver o circo pegar fogo; triste, lamentável e muito perigoso; no sábado 1, em plena avenida Paulista, a fera foi dar uma voltinha para tomar sol; passarinhos voaram; unidade com Jair Bolsonaro, é o que eles constroem; dia 15 tem mais

Cutucaram a fera – e ela deu sinal de vida. O primeiro a chegar perto da fera foi o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB. Em artigo, logo após a contagem dos votos de primeiro turno, Goldman insinuou que a presidente Dilma Rousseff, caso vencesse a segunda volta – o que acabou acontecendo, pela diferença de quase 3,5 milhões de votos sobre o tucano Aécio Neves – não teria condições de governar o País.

Também às vésperas do segundo turno, foi a vez do deputado licenciado José Aníbal disparar uma sequência de twitte enviesados, que assim se encerrava:

Lacerda dizia de Getúlio: "Não pode ser candidato, se for. Não pode ser eleito. Se eleito, não pode tomar posse. Se tomar posse, não pode governar”.

Para despistar, colocou a pensata como se fosse o ex-presidente Lula, mas a fera gostou da reverberação causada pela mensagem.

No day after da árdua e legítima vitória de Dilma, o ex-candidato a vice-presidente na chapa tucana Aloysio Nunes Ferreira espumou: "Não tem diálogo nenhum", orientou ele para quem nele acredita. Com as responsabilidades assumidas em campanha, ele sabe o peso de cada uma de suas palavras. Foi, sim, uma senha para isolar, ou muito mais que isso, a presidente eleita.

Na semana passada, quem testou a anomalia foi o coordenador jurídico do PSDB, Carlos Sampaio, ao entrar com pedido no TSE para auditoria nos resultados eleitorais. Detalhe: sem apontar um caso concreto para colocar em suspeição a democracia brasileira. Dele se encarregou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, considerando a iniciativa como feita para "comprometer a credibilidade do sistema eleitoral deste País".

Mas sempre há quem goste dos discursos da quebra da ordem, e sobre ele esfregue, ainda que grosseiramente, verniz jurídico. De plantão para situações como essa, coberto pela toga do privilégio, Gilmar Mendes, ministro do STF, foi o primeirão entre seus pares a buscar a mídia para mostrar todo o seu medo de que o Supremo se transforme, sabe-se lá por que, numa corte bolivariana. Na onda da grande festa democrática, Mendes agiu como uns tantos estraga prazeres que circulam, isolados, por aí.

A esta altura, como um imenso crocodilo imóvel, a fera já abria e fechava lentamente seus olhos lubrificados. Sim, mostrou que está vivo. E já balança o rabo, em sinal de aprovação, a cada vez que escuta o tucano de quatro costados Reinaldo Tabosa Pessoa, quer dizer, Azevedo, cornetear pelo impeachment da presidente recém-eleita numa concessão pública chamada rádio Jovem Pan, em São Paulo.

Lenildo, ou seja, Reinaldo, que de fato em muito se parece com o antigo colunista do Jornal da Tarde, na década de 1970, ligado ao movimento Tradição Família e Propriedade (TFP) e ao estamento militar, tem entre seu fãs o ex-roqueiro Lobão, que prometeu, em vão, mudar de País em caso de vitória de Dilma. Ainda está por aqui, disse que não vai mais, mas a fera enjaulada, que parecia morta, deu a ele uma piscadinha de conivência.

Com tantos incentivos, alguém tomou para si a chave do cárcere da fera e a levou para dar uma voltinha no sábado 1, pela avenida Paulista, numa passeata de derrotados pelas urnas. Lá estavam as faixas que pediam a volta do poder militar no Brasil, a quebra da segura rotina democráticas, a aposta na volta ao passado de exceção, exclusão e dor.


Solto agora, até que novamente fique preso e esquecido, como merece, não há tucano que, o tendo cutucado – como fizeram, efetivamente, Goldman, Aníbal, o monstro sabe que ali está cheio de amigos. Para, quando puder, também triturá-los.

Fonte: Jornal 247


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