JORNALISTA DO G1 É AGREDIDO POR HOMENS ARMADOS NO ALEMÃO
Jornalista Henrique Soares, do portal G1, foi agredido nesta
segunda (10), por volta do meio-dia, quando fazia matéria sobre questões
habitacionais, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio; o jornalista estava no
interior de uma antiga fábrica, onde existe uma ocupação, quando foi alertado
por uma das lideranças comunitárias que em breve haveria uma operação policial
e que era melhor o repórter não ficar no local; Henrique foi rendido por dois
homens, que o levaram para dentro do galpão, onde foi agredido a coronhadas e
teve o celular e um relógio roubados
Por: Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil
O jornalista Henrique Soares, do portal G1, foi agredido hoje
(10), por volta do meio-dia, quando fazia matéria sobre questões habitacionais,
no Complexo do Alemão, zona norte do Rio. Segundo reportagem publicada pelo
portal, o jornalista estava no interior de uma antiga fábrica, onde existe uma
ocupação, quando foi alertado por uma das lideranças comunitárias que em breve
haveria uma operação policial e que era melhor o repórter não fica no local.
Ao sair, em direção ao carro de reportagem, Henrique foi
rendido por dois homens, que o levaram para dentro do galpão, onde foi agredido
a coronhadas e teve o celular e um relógio roubados. Os criminosos o teriam
confundido com um policial, o que só foi esclarecido com o depoimento das
lideranças comunitárias, que garantiram ser ele repórter.
Henrique foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento
(UPA) do bairro, onde recebeu os primeiros socorros e depois transferido para
um hospital particular. Segundo parentes, apesar da violência, ele não ficou
gravemente ferido e já depôs na polícia.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
divulgou nota manifestando solidariedade ao repórter e se colocou à disposição
para apoiá-lo no que for necessário. A Abraji considera fundamental que os
responsáveis pela violência sejam rapidamente identificados e punidos. Também
pediu transparência total do governo do estado na apuração do caso.
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão
(Abert) lamentou o acontecido e informou que a ocorrência foi incluída no
Relatório de Liberdade de Imprensa, divulgado anualmente, com todos os casos de
violência contra a imprensa, seja por parte de criminosos ou da polícia.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio
de Janeiro publicou nota manifestando repúdio pela violência sofrida pelo
repórter e exigiu apuração rigorosa do crime, com identificação e
responsabilização dos agressores. Entre junho de 2013 e outubro de 2014, o
sindicato tomou conhecimento e providências em relação a 114 casos de violência
contra jornalistas no município do Rio de Janeiro.
O Complexo do Alemão é o mesmo local onde morreu, em junho de
2002, o jornalista Tim Lopes, que tinha ido à vizinha, Vila Cruzeiro fazer uma
matéria sobre a exploração de jovens em bailes funk. O Alemão foi ocupado por
forças policiais em novembro de 2010, onde foram instaladas, em 2012, quatro
unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Uma delegacia de polícia também foi
inaugurada no local, o que garantiu, durante um longo período, uma situação de
tranquilidade na comunidade. Porém, nos últimos meses, são constantes os
enfrentamentos entre policiais das UPPs e traficantes de drogas, que voltaram a
empunhar armas de grosso calibre, como fuzis e metralhadoras.
O secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame,
determinou empenho e rapidez na identificação e prisão dos responsáveis pela
agressão. A secretaria ressaltou que considera inadmissível qualquer ameaça à
liberdade de imprensa.
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