SEIS SURPRESAS DAS ELEIÇÕES AMERICANAS, VEJA AQUI ALGUNS DOS RESULTADOS DAS URNAS QUE CAUSARAM MAIS SURPRESAS
FOTO BBC
O Partido Republicano passou a ter maioria nas duas casas do Congresso americano após as eleições realizadas na terça-feira. Além de escolher deputados, senadores e governadores, eleitores também decidiram sobre referendos em vários Estados. Veja aqui alguns dos resultados das urnas que causaram mais surpresa:
Americanos votaram pela maconha e pelo aborto
legais
A noite de terça-feira foi muito boa para os
republicanos, mas nas consultas aos eleitores (perguntas incluídas nas cédulas
de votação em cada Estado), causas progressistas se saíram bem.
No distrito de Washington (capital) e nos Estados de Oregon e Alasca, os eleitores aprovaram legalizar a posse de pequenas quantidades de maconha para uso pessoal. Na Flórida, a votação para permitir a maconha medicinal ficou pouco abaixo dos 60% dos votos requeridos para aprovar a medida.
Arkansas, Nebraska e Dakota do Sul - todos eles Estados dominados por republicanos - votaram pelo aumento do salário mínimo. Colorado e Dakota do Norte elegeram republicanos, mas também rejeitaram medidas antiaborto, que dariam a fetos status equivalente ao de pessoas.
O comportamento dos eleitores pode parecer contraditório,
mas, como explica Kyle Kondik, editor da Crystal Ball, publicação
sobre política da Universidade da Virgínia, aumentar o salário mínimo é uma
causa popular entre eleitores de todos os quadrantes políticos.
Ao mesmo tempo, complementa, o aumento do apoio à
legalização da maconha tem acompanhado a crescente aceitação da nação ao
casamento gay - talvez refletindo um crescimento do sentimento libertário.
"Há definitivamente mais aceitação de algumas coisas que teriam sido tabu
no passado", diz Kondik.
Sobretaxando o açúcar
A cidade norte-americana de Berkeley, na Califórnia, votou a favor de um imposto sobre bebidas açucaradas, o primeiro caso do tipo mirando especificamente o consumo de refrigerantes nos Estados Unidos.
No entanto, a vizinha San Francisco não apoiou medida
similar.
Embora contagens finais ainda estejam sendo feitas, cerca
de dois terços dos eleitores de Berkeley - que exigia uma maioria simples de
50% - apoiaram a medida nas urnas.
Nomes famosos não ajudam
O país tem grande apreço pelas dinastias políticas, como
os Bush, Clinton e Kennedy.
Mas isso não ajudou Jason Carter, neto do ex-presidente
Jimmy Carter, que esperava ser eleito governador da Geórgia pelo Partido
Democrata. No mesmo Estado, Michelle Nunn, filha do ex-senador Sam Nunn, também
não conseguiu uma vaga no Senado.
O senador por Arkansas Mark Pryor foi ejetado do cargo, apesar de ter sido acompanhado durante a campanha por seu pai, David Pryor, que já ocupou o mesmo posto.
E, em Louisiana, a senadora Mary Landrieu enfrenta um segundo turno, apesar de ser a filha de um ex-prefeito de Nova Orleans e irmã do atual.
Três dígitos para as mulheres
Pela primeira vez na história, o número de mulheres no
Congresso americano passou de cem, com destaque para a vitória da democrata
Alma Adams na Carolina do Norte.
Já a republicana Joni Ernst - que se gabava de sua proeza em castrar porcos em um anúncio de campanha - tornou-se a primeira mulher eleita para representar o Estado de Iowa e a primeira veterana de combate - ela é comandante da Guarda Nacional de Iowa, ligada ao Exército do país - eleita para o Senado.
Já Shelley Moore Capito é a primeira senadora mulher de Virgínia Ocidental; Elise Stefanik, de Nova York, se tornou a mulher mais jovem eleita para o Congresso, e Saira Blair, 18, tornou-se a mais jovem deputada estadual da nação. Gina Raimondo se tornou a primeira mulher governadora de Rhode Island.
Tudo isso apesar de o eleitorado ter sido, na terça-feira
ser "mais velho, mais branco, e mais masculino" do que o eleitorado
das votações presidenciais, como disse à BBC o analista político Norm Ornstein.
Democratas cantam vitória, mas não levam
Era para ser o grande prêmio de consolação pela perda do
Senado. De acordo com especialistas, os democratas deveriam ter sido capazes de
levar com conforto as batalhas para governador.
Antes que os resultados viessem, Ed Rendell, um
ex-governador democrata da Pensilvânia, falou com otimismo sobre vitórias de
seu partido em ninhos republicanos como Flórida, Wisconsin e Michigan. Se isso
acontecesse "seria uma grande noite para os democratas", disse ele à
BBC.
Em outros redutos os republicanos também estariam em apuros,
como Kansas, onde o New York Times alertava para o fato de o
governador Sam Brownback enfrentar uma "luta pela sobrevivência
política". No Wisconsin, o republicano Scott Walker também foi descrito
como vulnerável.
Só que não foi assim. Todos estes locais reelegeram
republicanos. "As disputas dos governadores foram a grande surpresa",
diz Kondik. Scott Wallker, por sinal, se tornou o primeiro governador a vencer
três eleições seguidas.
Na verdade, o maior choque de todas as disputas para
governador veio quando o republicano Larry Hogan triunfou em Maryland,
normalmente considerado um reduto democrata.
Ser o 'Brad Pitt' da política não resolve
O
republicano Stewart Mills, comparado a Brad Pitt: beleza não ganha eleição
O republicanos Stewart Mills atraiu muita atenção, mas
não por sua oposição aos planos de Obama para a Saúde ou pelo apoio ao direito
de posse de armas. O que despertou interesse foi o cabelo na altura dos ombros
e suposta semelhança com um ator de Hollywood.
Ele foi descrito como "o Brad Pitt do Partido
Republicano.
"Acho que não pareço um político típico", disse
ele em um anúncio.
Não foi o suficiente, porém, para ajudá-lo a derrotar o
democrata Rick Nolan no oitavo distrito de Minnesota.
A campanha conseguiu provar que a disputa política nos
EUA está longe de ser um concurso de beleza.
FONTE; BBC
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