MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (MPF), DENUNCIA MILITARES POR CRIMES NA GUERRILHA DO ARAGUAIA
O Ministério Público Federal no Pará denunciou à Justiça dois
oficiais da reserva sob acusação de homicídio qualificado e ocultação de
cadáver durante a Guerrilha do Araguaia; aposentado como tenente-coronel do
Exército, Lício Ribeiro Maciel, 84, conhecido como Major Asdrúbal, foi
denunciado sob acusação de três homicídios e ocultação de cadáver; já Sebastião
Curió Rodrigues de Moura, o Major Curió, 76, é acusado de ocultação de cadáver;
os procuradores pedem o cancelamento das aposentadorias dos militares, além do
pagamento de danos às famílias das vítimas.
Fonte: Jornal 247
O Ministério Público Federal no Pará denunciou à Justiça dois
oficiais da reserva sob acusação de homicídio qualificado e ocultação de
cadáver durante a Guerrilha do Araguaia.
Aposentado como tenente-coronel do Exército, Lício Ribeiro
Maciel, 84, conhecido como Major Asdrúbal, foi denunciado sob acusação de três
homicídios e ocultação de cadáver. Já Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o
Major Curió, 76, é acusado de ocultação de cadáver.
A Guerrilha do Araguaia reuniu militantes do PC do B que se
instalaram a partir de final dos anos 60 às margens do rio Araguaia –entre os
Estados do Pará, Maranhão e Tocantins– para fazer uma revolução socialista no
país.
Entre 1972 e 75, o governo militar descobriu o plano e
preparou emboscadas e operações para eliminar a guerrilha. Dezenas de
militantes foram mortos e seus corpos estão desaparecidos. Dos cerca de 70
guerrilheiros assassinados no Araguaia, somente dois foram identificados.
A denúncia aponta como vítimas os guerrilheiros André
Grabois, João Gualberto Calatrone e Antônio Alfredo de Lima, mortos numa
emboscada em 13 de outubro de 1973.
Segundo o Ministério Público Federal, as mortes ocorreram por
motivo torpe –nesse caso, "a busca pela preservação do poder usurpado no
golpe de 1964". O uso de violência e do aparato estatal, com abuso de
autoridade, são outras qualificadoras dos crimes.
Os procuradores ainda pedem o cancelamento das aposentadorias
dos militares, que hoje vivem em Brasília e no Rio de Janeiro
–respectivamente-, além do pagamento de danos às famílias das vítimas.
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