CUNHA AFIRMA À CPI: 'FERNANDO SOARES NUNCA FOI OPERADOR'



O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), disse nesta manhã na CPI da Petrobras que Fernando Baiano 'não tem qualquer relação com o PMDB'; "PMDB nunca teve operador, o senhor Fernando Soares nunca foi operador", disse ele; "Eu o conheci, já falei isso, ele representava uma empresa espanhola", explicou Cunha; o presidente da Câmara criticou duramente o procurador geral da República, Rodrigo Janot, pelo inquérito aberto no STF contra ele; "Está se escolhendo quem se quer investigar. Eu não estou dizendo que essas doações [aos petistas] são ilegais. Ilegal é quem pega dinheiro de caixa dois. Mas por que escolher a quem investigar?", questionou.

12 DE MARÇO DE 2015, ÀS 11h20.


Agência Câmara - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, está no plenário da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, onde está sendo ouvido sobre fatos apurados pela chamada Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

"PMDB nunca teve operador, o senhor Fernando Soares nunca foi operador", disse ele. "Eu o conheci, já falei isso, ele representava uma empresa espanhola", explicou Cunha.

O presidente da Câmara voltou a atacar o procurador geral da República, Rodrigo Janot, por incluir seu nome entre os investigados pelo Supremo Tribunal Federal. “Colocar a honra de quem quer que seja e dizer que o pedido de abertura de inquérito não constrange, constrange, principalmente quem está no exercício do poder, à toa. Colocar de uma forma irresponsável e leviana por escolha política na colocação de alguém para investigação é criar um constrangimento para transferir a crise do lado da rua para cá e nós não vamos aceitar”, afirmou Cunha.

Cunha voltou a atacar o arquivamento de inquérito contra o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), alegando que Janot nem sequer considerou que o senador petista recebeu doações de Julio Camargo e outras empresas suspeitas de participação no esquema. “Eu explicitei as divergências com o senador Delcício Amaral porque o Janot não fez o mesmo tratamento de pesquisar as doações”, afirmou Cunha.

"Está se escolhendo quem se quer investigar. Eu não estou dizendo que essas doações [aos petistas] são ilegais. Ilegal é quem pega dinheiro de caixa dois. Mas por que escolher a quem investigar?", questionou Cunha. "Houve uma escolha política para se investigar." 

Ao defender as contribuições de empresas que recebeu, Cunha citou alguns políticos petistas que receberam doações de campanha da Camargo Corrêa, empreiteira investigada na Lava Jato. Entre os citados, os ministros Aloizio Mercadante e Jaques Wagner, além dos senadores Gleisi Hoffmann e José Pimentel e o governador de MG, Fernando Pimentel. 

Após a fala de Cunha, os líderes de oposição, Carlos Sampaio (PSDB-SP), e Arthur Maia (SD-BA), elogiaram o presidente da Câmara e questionaram a inclusão de seu nome na lista de Rodrigo Janot. Os líderes disseram não ver elementos que justifiquem a investigação de Cunha e o cumprimentaram pela disposição em depor à CPI voluntariamente.

Cunha se ofereceu para comparecer à comissão espontaneamente, depois que o nome dele apareceu na lista de políticos que, segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deveriam ser investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente da Câmara dos Deputados aparece nos depoimentos prestados à Justiça Federal, no Paraná, pelo doleiro Alberto Youssef, um dos investigados na operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.

O doleiro afirma em um dos vários depoimentos que Cunha era um dos beneficiários das propinas pagas por conta de um contrato de aluguel de navio-plataforma firmado entre a estatal e as empresas Samsung e Mitsui, cujo representante no Brasil era Júlio Camargo, que também está fazendo delação premiada.

Segundo Youssef, para viabilizar a assinatura do contrato com a Samsung, “foi demandado que Júlio Camargo repassasse para o PMDB o pagamento de vantagem indevida” a Eduardo Cunha, bem como a Paulo Roberto Costa, à época diretor de Abastecimento da Petrobras. Os repasses teriam sido feitos por intermédio de Fernando Soares, o Fernando Baiano, que operava para o PMDB desde 2004.

Em outro depoimento, policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho afirmou que, entre 2010 e 2014, entregou dinheiro a políticos e representantes de empresas a pedido do doleiro Alberto Youssef.

O policial disse que entregou umas três vezes dinheiro em uma casa no condomínio que achava se chamar Nova Ipanema, em frente ao Barra Shopping, na Barra da Tijuca, em uma casa amarela de dois andares. Oliveira Filho foi atendido pelo proprietário, mas disse não ter certeza de que era Cunha. Mais tarde, em novo depoimento, retificou as declarações e disse que “não teria como saber se a casa era mesmo de Eduardo Cunha”.

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