PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS COLOCA EM DISCUSSÃO CONVOCAÇÃO DO MINISTRO CID GOMES SOBRE SEU COMENTÁRIO QUE CÂMARA TEM UNS '400 ACHACADORES'



A declaração do ministro da Educação, Cid Gomes, de que a Câmara tem uns "400 deputados achacadores" provocou a ira do presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ); que colocou neste momento em votação no Plenário a convocação do ministro para esclarecer, em Plenário, seu problema com os parlamentares. 

“Há um requerimento de convocação do ministro da Educação, vamos colocar a matéria sobre a Mesa e vamos aprovar e ele vai ter de explicar quem são os achacadores do Congresso”, disse; para Cunha, Cid Gomes não representa o lema “Pátria Educadora”; “Um governo que tem como lema Pátria Educadora, não pode ter um ministro da Educação mal educado.”



Cid Gomes fez as declarações na última sexta-feira, 27, em Belém durante uma visita à Universidade Federal do Pará em reunião com professores e reitores de universidades federais. 

“Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas”, disse o ministro

Indagado se Eduardo Cunha elegera-se com o aval do governo, o ministro da Educação respondeu: “Não foi não, querido, não foi não. Tudo o que a força política mais realmente comprometida, mais identificada com esse esforço que ampliou a oferta de ensino superior no Brasil e que tem compromissos sociais, que reduziu a miséria ou extinguiu a miséria, todas essas pessoas estiveram contra a eleição de quem foi eleito lá.”

Para Cunha, não é possível o Brasil ter o lema “Pátria Educadora” com esse tipo de declarações. “Um governo que tem como lema Pátria Educadora, não pode ter um ministro da Educação mal educado.”

A reação vai além da convocação para que Cid Gomes preste esclarecimentos em plenário. Segundo participantes da reunião de líderes, o ministro terá todos os interesses pessoais e de sua pasta bloqueados na Câmara até que se retrate. Segundo um parlamentar, Cunha disse que “vai até o fim contra o ministro”.

O episódio agrava as relações do governo com o Congresso na sua fase mais crítica, um dia após o presidente do Senado, Renan Calheiros, devolver uma Medida Provisória do Planalto, depois de recusar-se a atender telefonemas da presidente da República e do ministro da Casa Civil, Aloísio Mercadante.


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